segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um desmando de proporções irreparáveis

É do conhecimento de quase todos os brasileiros que o artesanato é uma das mais fortes expressões do nosso povo. Por sua beleza e variedade, há muito ultrapassou as barreiras nacionais e pode ser considerado um ponto forte na economia do país, contribuindo nos mais diversos setores, inclusive na área do turismo.

Por outro lado, o turismo já responde pelo 3º lugar em divisas internacionais colhidas pelo Brasil, somente atrás das exportações de grãos de soja e minério de ferro.

Também sabemos que o turismo ecológico se fortalece nestes tempos em que vivemos, quando preservar é mais que uma opção de vida - é uma necessidade real - e que aliar atividades culturais ao eco-turismo cria uma marca de identidade nacional.

Com tudo isto, é surpreendente nos depararmos com a proposta da Prefeitura da cidade de Embu das Artes que ‘pretende implementar um Corredor Empresarial, com indústrias e logística, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Embu Verde e da Área de Proteção aos Mananciais da Guarapiranga, sem considerar os impactos irreversíveis que isso causaria.’

A visão moderna do setor de turismo se apóia no ambiente natural e cultural, dentro de um planejamento estratégico dirigido para a sustentabilidade. As atividades turísticas são ferramentas indispensáveis no desenvolvimento de uma região, baseando-se na promoção, aproveitamento e conservação de seus recursos naturais. Ao termo “turismo ambiental” está inerente o planejamento ambiental, a proteção do patrimônio cultural, o uso de tecnologias alternativas ambientalmente apropriadas, a participação das comunidades locais e a melhoria da qualidade de vida, tanto do turista como do anfitrião, morador da cidade, no caso, o cidadão embuense.

Famosa pela feira de artes e artesanato que atrai 30 mil visitantes nos fins de semana, Embu das Artes se vê obrigada a enfrentar este problema, completamente incomum para uma Estância Turística, cujo foco principal de desenvolvimento econômico gerador de emprego e renda é o turismo: comprometer as próprias reservas naturais que lhe garantem o status de Estância Turística.

Num momento em que o Ministério do Meio Ambiente se propõe a transversalizar a perspectiva de estímulo e apoio à construção de sociedades sustentáveis, promovendo o controle e a participação social, é preciso mobilizar a comunidade e organizações no sentido de suspender desmandos desta monta.





A arte brasileira pode e deve indignar-se com esta arrogância dos que detém momentaneamente o poder.
 Conheça o problema e ajude:
Embu 2020: a cidade que nós queremos
http://www.embu2020.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário