quarta-feira, 24 de abril de 2013

De onde vem a Inspiração?


A arte imita simplesmente a vida que imita a arte que... ou a arte é a própria vida?

Oscar Wilde dizia que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida. Seria isto verdade?

Tão antigas como a arte, as nossas experiências em querer entender a origem do processo criativo já nos levou a exaustivas pesquisas, na maioria das vezes sem uma resposta definitiva. De onde vem a inspiração?

Em seus estudos no livro “Do espiritual na Arte”, o pintor e músico russo Wassily Kandinsky indica que a arte nasce da espiritualidade.
Foi assim que o artista renunciou a representação figurativa tentando encontrar a relação absoluta entre a forma, a cor e o ânimo do contemplador.

O que acontece conosco quando entramos no jogo dos intricados significados da arte? O que é verdade e o que é ficção?

Joseph Campbell, professor e escritor norte americano de origem irlandesa, que ficou conhecido por seu trabalho no campo da mitologia comparada diz que
 - “Aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos.”
Campbell, que nos incita aqui a ler os mitos, inclusive os de outras culturas, pelo poder da sua universalidade, cita em seu livro “O poder do mito” a interessante leitura sobre o  “Santo Graal”.

Também Richard Wagner, compositor e intelectual, ativista político e revolucionário, cujas óperas tiveram grande influência na música ocidental, dedicou-se à obra “Parcival” como seu último trabalho, onde o Graal representa uma força que sustenta os piedosos, proporcionando-lhes bebida e alimento.
Campbel vai mais longe quando afirma que “A vida espiritual é o buquê, o perfume, o florescimento e a plenitude da vida humana, e não uma virtude sobrenatural imposta a ela.”

Na obra "Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal", o escritor e filósofo alemão Abdruschin discorre com propriedade:
" Somente a obra do espírito, isto é, a arte, sobreviveu aos povos, que desmoronaram pela atuação de seu raciocínio frio e sem vida. Sua sabedoria, tão altamente apregoda não os pode salvar absolutamente. Egípcios, gregos, romanos seguiram este caminho, mais tarde também os espanhóis, franceses e agora os alemães, - contudo as obras da verdadeira arte sobreviveram a todos eles!"


O tema fundamental nos mitos é a busca espiritual. Nesta busca nos aproximamos da arte e em nossa própria intuição encontramos uma saída para o enigma da inspiração.

Fátima Seehagen